O silêncio; invadia o quarto de Louis por inteiro.
Acompanhado pelo frio.
Logo há apenas algumas horas antes de Louis e Rachel
pegarem no sono, a chuva começara a castigar a paisagem com a força com a qual
caia.
Mas ambos não davam conta.
Estavam presos num sono profundo, com apenas suas
roupas íntimas tampando suas partes.
Presos num sono profundo; até ouvirem um bendito
celular a tocar.
Louis fora o primeiro a acordar com o barulho,
acordando, assim, a garota ao seu lado. Ele deixou os olhos semiabertos,
procurando cegamente a direção de onde vinha aquele som infortúnio.
- Ray, eu acho que é o seu – Louis disse, mas a garota
já voltara a dormir. – Ah, ótimo – ele sussurrou.
Botando as pernas para fora do lençol, que há um
segundo o cobria, e pisando seus pés no chão frio, Louis encarava pela janela
os respingos que embaçavam o vidro, impedindo-o de encarar qualquer coisa lá
fora.
Percebeu que o celular estava no chão, num canto do
quarto, então caminhou até ele, que era muito insistente a ponto de não parar
de reclamar por atenção, o que era muito dado, seguido por xingamentos.
Finalmente com o celular em mãos, encarou a tela, que praticamente o cegou com
a luminosidade. Enquanto deixava seus olhos acostumarem à claridade do
aparelho, tentava ler o nome do dono da chamada.
Antes de conseguir saber o nome, a chamada cancelou
por si mesma. Mas Louis concluiu que era o irmão da dona do aparelho. Sendo
assim, voltou a caminhar até sua cama e pousou o celular em cima da cômoda ao
lado da mesma.
Antes de se deitar, encarou novamente a janela e
soltou um bufo preguiçoso.
Conseguiu deitar, mas fechar os olhos foi impossível
após ter ouvido um estrondo vir do andar de baixo – que também fez Rachel
acordar assustada – , parecido com sua porta a ser terrivelmente escancarada.
- Ray? – Louis disse num tom assustado.
- Deve ter sido só um trovão – Rachel tentou
acalmá-lo.
Ambos se assustaram muito mais ao ouvir passos a
subirem as escadas. Cada vez mais auto e auto; e tudo voltar a ficar silencioso
apenas preenchido pelo som da chuva.
- Um trovão não faria esse som – Louis disse, em
seguida sendo interrompido pela porta a ser escancarada e ambos soltaram um
grito fraco e imperceptível de susto.
- Cara, eu não sei como, mas te acharam – Niall
parecia atônito enquanto ofegava forte a frente da porta escancarada por ele
mesmo.
- Porra Niall! – Rachel vociferou.
- OK, cadê a cópia da chave que eu te dei? – Louis
disse, estendendo a mão como se pedisse por algo. – Nunca mais entre na minha
casa.
- Cara, o negócio é sério – Niall disse. – Um fandom
esteve atrás de você e por alguma razão conseguiram te achar. Seu pai já sabe
onde você está.
- Ray, era seu irmão quem estava ligando – Louis lembrou.
- E por que não me acordou? – Rachel levantou da cama
e começou a vestir sua roupa que estava espalhada pelo chão. – Ele devia querer
me avisar sobre isso.
- O que você vai fazer? – Niall perguntou, analisando
os movimentos dela.
- Eu não sei, Niall! Não sei!
No final daquela pequena discussão, ouviram outro
estrondo vir do andar de baixo, e, assim como aconteceu com Niall, o som dos
passos a subirem os degraus da escada. Abruptamente, Niall foi empurrado para o
lado, furiosamente, e Rachel foi puxada pelo cotovelo, com apenas uma frase
deixada solta pelo quarto:
- Você vai
para casa!
Rachel deixou-se ser levada pelas mãos fortes de Carl,
mesmo ainda relutante.
- Você vai aprender que fugir da sua família não é a
melhor opção quando se está usando drogas!
- Me solta! – Rachel pediu. – Eu consigo ir por mim
mesma, você não precisa me puxar!
- Você nunca mais vai sair de casa quando aprender a
lição – Carl ignorou o pedido da filha.
Desciam a escada com aquela discussão. Ao chegarem ao
hall de entrada da casa – a caminho da porta já aberta com vista para uma
paisagem escura sendo devorada cegamente pela chuva, que castigava as plantas
do jardim – , travaram seus passos e encararam Niall atrás deles, que acabara
de gritar por Carl.
- Não sabe que não deve tratar uma mulher desse jeito,
muito menos sua própria filha? – Niall perguntou num tom desafiador.
Num puro ato de raiva Carl apenas se desfez do braço
da filha e socou Niall no abdômen, fazendo-o cair sem ar no chão. Louis
prontamente apareceu ao lado do amigo, certificando-se se o mesmo estava bem.
Carl voltou a pegar Rachel, agora pelos dois braços, e
a pôs a sua frente, empurrando-a. Mas dessa vez ela não queria ser deixada
levar, então começou a gritar e se balançar, querendo sair do aperto, mas era
impossível.
Mesmo com a chuva já caindo por sobre suas cabeças e
ombros, rolando corpo abaixo, Rachel não desistiu de se soltar, e Carl, de
levá-la para seu carro, e, assim, para casa.
Mas antes mesmo de chegarem ao carro, Carl sente um
punho ser arremessado contra suas costas e imediatamente para, ainda segurando
os braços de Rachel, forte.
- Larga ela! – Louis ordenou.
Carl torceu o pescoço ligeiramente para encarar Louis,
que bufava atrás dele e o encarava de volta com desprezo. Ele rapidamente
soltou um braço da filha e jogou seu punho na direção do rosto de Louis,
ouvindo o grito de Rachel para ele não fazê-lo, mas Louis – por medo e
consciência de que aquilo aconteceria – desviou do punho dobrando o torso para
trás e, ao pôr o corpo reto novamente, empurrou-o pelo peitoral, fazendo-o
largar o outro braço de Rachel e cambalear para trás, mas conseguindo continuar
de pé, abrindo um sorriso sacana no rosto.
- Então o garotinho agora quer brincar de luta? Mas
será que ele sabe com quem quer lutar? – Carl matinha o tom sarcástico na voz.
- Não ouviu o meu amigo? Ou você não sabe mesmo como
tratar uma mulher?
- Ah, então você quer briga verbal – Carl provocou. –
Muito infantil da sua parte.
- É. – Louis riu, sarcástico. – É sim. Muito infantil. E eu sou tão infantil a
ponto de arrasar com a sua filha na
cama, não é mesmo?
Carl perdeu o sorriso subitamente.
- Você o quê? – ele questionou sem nenhuma emoção na
voz.
- Ah, só umas três ou quatro vezes seguidas. – Louis
meneou a cabeça. – A noite foi longa; pena que foram poucas vezes. Devia ter aproveitado
mais dela.
- Louis! – Rachel repreendeu com a voz baixa e
decepcionada.
Rachel tinha seus olhos cobertos por uma fina camada
de lágrima, pronta para descer e se confundir com as gotas da chuva que ainda
caia fervorosamente. Ela logo sentiu seus ombros serem puxados por mãos
acolhedoras, as quais pertenciam à sua mãe, quem chegara ali ligeiramente.
- Carl, vamos embora – Ester chamou.
Ambos os homens permaneceram encarando um ao outro
desafiadoramente, embora Louis estivesse com a expressão sacana, e Carl,
cética. Inesperadamente, Carl arma suas mãos em um punho e o joga com toda a força
no rosto de Louis, o qual a reação foi rapidamente tapar o olho e cair de dor
no chão.
E foi deixado ali, na chuva.
A D
- Me solta! – Rachel exigiu assim que adentrou sua
casa, Carl ainda apertando seu braço.
Ambos eram seguidos por Ester e Gabriel, que estavam
atentos aos dois desde a viagem da casa de Louis até a deles.
- Você nunca mais vai sair dessa casa, garota! – Carl
disse, exaltado.
- Eu tenho mais de dezoito anos – ela discutiu. –
Posso fazer o que eu quiser.
- Usar drogas é ilegal, portanto ninguém pode.
- E sair daqui? – Rachel provocou, cruzando os braços
e erguendo a sobrancelha.
- Eu já disse. – Carl sorriu sem emoção. – Você nunca mais vai sair daqui.
- Mesmo? – ela desafiou. – Daqui a algumas semanas eu
vou me mudar e você acha mesmo que vou continuar aqui?
- Você não vai mais mudar para Courtenay, e se for
muito exigente, eu posso te tirar dessa sua bandinha de garotas.
- Exigente? – Rachel repetiu. – Eu tenho liberdade, não
preciso ser exigente. Eu não estou te pedindo nada. Eu vou e fim! E sou capaz
até de nunca mais voltar.
- Você não vai fazer isso – Carl disse
ameaçadoramente.
- Você só precisa esperar – Rachel disse lenta com
suas palavras antes de subir as escadas rapidamente.
A D
Louis tentava ao máximo controlar seus gemidos, mas
era impossível. Muito mais quando Niall encostava a compressa com gelo na maça
esquerda do rosto de Louis, a qual deixava à mostra um hematoma gigante.
- A culpa é sua por ter levado aquele soco – Niall
disse.
- Quieto – Louis gemeu.
- Você o provocou.
- Eu quis fazer aquilo. Agora cala a boca e bota essa
merda na minha cara.
Niall, por pura vingança, praticamente jogou a
compressa no rosto de Louis, que ganiu, sentindo – ou não sentindo – sua pele
arder.
- Viado – Louis insultou.
- Eu não! – Niall protestou, mas foi interrompido pela
porta, que foi aberta por um alguém preocupado.
- Lou, que houve? – Harry perguntou, assustado.
- Esse aí é. – Niall apontou para Harry pelas costas,
levando um tapa do mesmo na nuca em seguida.
- O que aconteceu? – Harry berrou lentamente.
- Não é perceptível? – Louis perguntou, sarcástico. –
Levei um soco.
- E eu levei um no estômago, mas ninguém liga mesmo –
Niall disse dando de ombros.
- Quem foi o sortudo que conseguiu te dar um soco? –
Harry perguntou, divertido.
- Sua irmã, enquanto a gente se divertia você sabe
onde – Louis retrucou.
- Belas informações – Harry ironizou, sorrindo.
Louis devolveu um sorriso sarcástico.
- Foi o pai da Rachel – Niall resumiu, encarando Harry
ao seu lado, com tédio. – Ele dormiu com ela noite passada. Um fandom conseguiu
encontrar ela, e aí você já sabe; fodeu tudo.
Tudo ficou silencioso, enquanto Niall brincava com a
compressa em sua mão, Louis encarava o chão, e Harry expressava mil e uma
caretas, tentando achar uma fixa.
- Eu tenho duas reações a fazer – Harry admitiu,
imprensando os lábios em seguida. Louis e Niall apenas esperaram. – Você me
traiu! – Ele gritou subitamente, causando Louis a pular do sofá e voltar num
segundo. Também subitamente, ele sorriu. – Mas você pegou ela de jeito, ah,
garotão! – Harry riu.
A porta foi aberta novamente, e pelo jeito como foi aberta,
a pessoa estava um tanto preocupado.
- Louis, me diz o que você aprontou – Eleanor pediu
com o tom de voz autoritário, mas ela estava preocupada com o pobre rapaz que
estava sentado no sofá, agora a sua frente, com o rosto roxo. – Desculpem a
demora. Vim o mais rápido que consegui. Mas isso foi forte mesmo, hein! – ela
arregalou os olhos, mudando de assunto abruptamente.
- E você nem sentiu – Louis comentou, divertido, como
se comentasse algo muito interessante e recomendasse.
- Oh, meu amor, eu vou cuidar de você.
- Nah! – Niall riu. – Ele deve querer que a Rachel cuide dele. – Ele gargalhou
exageradamente.
Louis arregalou os olhos para Niall, mas esse nem ao
menos viu para saber a mensagem que ele o passava através daquele gesto.
Eleanor oscilava o olhar entre cada um dos três rapazes, tendo um conflito
interno consigo mesma, querendo saber o porquê da piada e a explicação para ela
poder rir junto. Harry pigarreou, querendo chamar a atenção de Niall, que
continuou gargalhando, cada vez mais fraco. Cansado de pigarrear, Harry deu uma
cotovelada no abdômen de Niall, que parou de gargalhar na hora, soltando o ar
dentre os lábios ao sentir a falta do mesmo. Rapidamente, ele pôs uma mão à
frente do estômago.
- Ninguém está cooperando comigo hoje – Niall
reclamou.
- Eu quero rir também – Eleanor intrometeu-se, manhosa
e duvidosa.
- Não, meu amor, não há nada para rir – Louis
explicou. – Niall é um idiota.
- Ah – Eleanor exclamou, mas ainda duvidosa. – Por
falar nela, onde está?
- Ela... voltou para casa. – Louis abaixou a cabeça.
- E por que você parece tão cabisbaixo? – ela
insistiu.
- Não é óbvio? – Harry disse elevadamente. – O rosto dele
está horrível. Sem ofensas, mas é verdade. Se eu fosse você – ele levantou o
dedo indicador, sugestivo – , ia para casa, relaxava enquanto esse gostoso aqui
– apontou para si mesmo – e o Niall cuidamos de tudo. Pode ir, vai.
Eleanor suspirou, em seguida pressionou seus lábios
nos de Louis num selinho e sai com um sorriso de adeus.
- Valeu – Louis agradeceu baixo.
Harry apenas sorriu para o amigo.
A D
- O que acha de irmos ao shopping? – Eve perguntou
sentando-se ao lado de Verginia no sofá.
- Quero ficar em casa – Verginia disse simplesmente.
- Tudo bem – Eve cantarolou. – Sabe fazer cupcake?
- Não quero comer.
- Eu posso fazer pipoca e a gente assiste a um filme.
Que tal?
- Não tem nenhum interessante.
- Mas que merda
você quer fazer?
Verginia encarou Eve interrogativamente, assustada com
a revolta dela.
- Sinto muito, Verginia, mas nós precisamos fazer
alguma coisa. Carly e eu passamos os três dias aqui sem fazer absolutamente nada.
Isso nem é um hotel! Eu quero no mínimo assistir a algum filme!
- Me desculpa se eu tenho a autoestima baixa –
Verginia defendeu-se.
Eve ergueu uma sobrancelha, assistindo Verginia cruzar
os braços, emburrada.
- Uhmhum! É questão de autoestima ou de certo alguém?
Qual é, pode desabafar. Eu entendo. Também estou passando por isso.
Verginia franziu o cenho ao voltar seu olhar para Eve,
já que o havia desviado um tempo antes.
- C-como assim? – Verginia balbuciou. – N-não é nada
disso.
- Uhmhum, sei – Eve ironizou.
Verginia abriu a boca para responder, mas nada saiu
além de um som gutural engasgado.
- Se eu contar o meu caso você jura fazer o mesmo? –
Eve perguntou.
Verginia suspirou, dando-se por vencida, e assentiu.
Eve sorriu, ansiosa.
- Eu estou perdidamente apaixonada por um cara – ela
começou num ato entusiasmado, mas controlou-se em seguida. – Tipo, eu não
conheço ele muito bem, mas desde quando nos encontramos... Ah, você deve saber.
Aconteceu aquela coisa de sempre quando você se apaixona. Mas acho que ele não
sente o mesmo – Eve meneou a cabeça ao dizer aquela frase com certo desgosto. –
Eu não sei, mas parece que ele é meio focado em outra coisa, ou até mesmo
pessoa. Não sei dizer se é garoto ou garota. – Ela riu. – Sinceramente ele
parece ser bissexual.
- Por acaso eu conheço ele? – Verginia perguntou
franzindo os olhos para o teto.
- Hm, eu posso dizer que sim – Eve respondeu. – Não
quero dizer quem é, mas posso dar detalhes.
- Manda.
- Bem... Ele tem olhos claros, mas... algumas vezes
eles ficam um pouco escuros. Ou vice-versa. É confuso. O sorriso dele é
perfeito, o cabelo é perfeito, os dentes, o queixo...
- Não está ajudando muito na minha tentativa de
reconhecê-lo – Verginia interrompeu.
- Ah, sim. – Eve riu, nervosa. – Eu não o conheço há
tanto tempo.
- Como ele é? – Verginia pressionou.
- Nossa, parece até que já sabe quem é.
- Tenho uma pequena imagem na cabeça.
- Cachos...
- Oh meu Deus! – Verginia berrou instantaneamente. –
Você está apaixonada por Harry Styles!
- O quê! Nunca! – Eve negou. – Ele é... um cantor...
Apenas isso. Um cantor gato – ela começou a abrir um sorriso aos poucos – , com
aparência razoavelmente sensual, olhos hipnotizadores, parece bissexual, mas
ainda não é muito bem comprovado... Ele não é de jeito nenhum bom para mim.
- Oh meu Deus! Você está apaixonada pelo Harry Styles!
– Verginia repetiu.
- Já neguei isso.
- Você começou a pôr qualidades dele. Não entendi isso
como negação, apenas me fez acreditar mais que é ele.
- Tudo bem, eu me rendo. – Eve ergueu os braços. – É
ele.
- Oh meu Deus!
- Não entendo o porquê do desespero. Eu sou estranha,
eu sei, mas não precisa esfregar isso na minha cara. Eu entendo.
- Eu ainda não acredito.
- Ei, você está respirando? Porque não parece.
Verginia soltou o ar do pulmão e pôs um sorriso falso
no rosto.
- Eu apenas vou subir para o meu quarto e descansar um
pouco.
- Mas você está cansada por ter feito o que?
- Eu só estou cansada. Meus cortes estão doendo.
A campainha tocou, fazendo-as encararem o hall de
entrada como se vissem a porta, a qual realmente elas não viam. Carly apareceu,
correndo escada a baixo e pulando animadamente.
- Eu quero atender. Posso atender? Eu vou atender. –
Ela dizia ansiosamente antes de correr em direção à porta e abri-la.
Os olhos da pequena correram por uma perna longa
coberta por uma calça jeans skinny preto,
parecendo bem apertada para o indivíduo, e camisa igualmente preta e apertada
ao corpo. Ao chegar ao rosto, avistou um sorriso no mesmo e não deixou de
retribuí-lo instintivamente.
- Hally! – ela gritou correndo para abraçar as pernas
do rapaz alto a sua frente.
- Falando no diabo... – a voz de Verginia foi ouvida
no hall, fazendo Harry levantar seu olhar de Carly para ela e assisti-la erguer
a sobrancelha e torcer o pescoço para outro lado e correr escada a cima, a cada
dois degraus.
- Pelo menos estavam falando de mim – Harry gritou
para dentro da casa, já que ainda permanecia fora da mesma.
Um xingamento foi ouvido abafadamente do andar de
cima; foi o que parecia ser um Vai se
ferrar!
Mas antes que pudesse responder – o que ele pretendia
fazer – , Eve apareceu a sua frente, surpresa.
- Harry?
- Eve? – ele a imitou. – E Carly.
Carly riu, levantando o queixo para encará-lo.
- Estou confuso.
- Longa história. – Eve sorriu. – Você quer entrar?
- Eu posso?
- C-claro – Eve balbuciou um tanto incerta quanto suas
palavras.
Harry moveu as pernas para adentrar a casa, mas foi
impossível desde que Carly ainda as abraçava. Então, ele a pegou pela cintura e
a segurou entre seus braços, finalmente adentrando a casa.
A D
- A gente podia visitar o Havaí – Alice sugeriu. –
Quem não gosta do Havaí?
- Eu acho que lá tem muita gente – Nathalie
contrariou. – Imagine cerca de quinze celebridades em um lugar como aquele!
Alice assentiu em concordância.
- A gente deveria ir num lugar como... – Nathalie pensou,
enquanto rodava com os dedos uma miniatura de globo terrestre que estava pousado
na mesa de centro da sala e olhava país por país – a Noruega.
- Não! – Alice negou prontamente. – Lá é horrível! E
consegue ser mais frio que aqui, mesmo no verão.
- Lá é ótimo! A Noruega é um dos países que têm os
dias e noites mais extensos, e eu sempre quis conhecer um desses.
- Fale por você – Alice continuou. – Deve ser horrível
ficar o dia inteiro claro, sem a noite vir.
- Isso porque estamos no verão.
- E no inverno não veríamos o sol?! – Alice revirou os
olhos.
- Você precisa de uns estudos drásticos. – Nathalie
imitou o ato anterior da prima. – Dane-se! Vamos perguntar à Rana o que ela
acha. – A loura virou o corpo na direção da morena que estava deitada no sofá
ao lado, encarando o teto, perdida em pensamentos. – Oh garota sucesso – ela
chamou.
Rana não respondeu ou sequer se mexera. Ela continuou
encarando o teto até o momento que Alice pegou uma almofada ao seu lado no sofá
e tacou nela.
- Putas! – Rana praticamente gritou.
- Você está tão longe – Nathalie comentou. – Aconteceu
alguma coisa que a gente não sabe?
- Não – Rana respondeu, uma carranca estampada no
rosto. – E mesmo que tivesse vocês não precisariam saber.
- Essa é a verdadeira amizade de hoje em dia – Alice
brincou.
- Mas e aí, como está indo sua vida nova? – Nathalie
provocou.
- Horrível! – Rana respondeu. – Aquele não é meu
quarto.
- Às vezes eu tenho vontade de dar um tapa na sua
cabeça e te fazer lembrar que aquele
é sim o seu quarto.
Rana enterrou o rosto entre as mãos, fingindo chorar,
e murmurou algo inaudível, mas foi ouvido abafadamente por Nathalie e Alice.
- O quê? – Alice perguntou. – Não entendi.
- Eu disse que odeio a minha vida – Rana repetiu
retirando as mãos do rosto. – Desde quando eu conheço um cara supergostoso
chamado Zayn, e quando foi que eu transei com ele?
- Ahhh – Nathalie cantou, sorridente. – Então o
problema não são apenas as roupas e o quarto, também tem a ver com o Zayn.
- O-o quê? – Rana gaguejou. – Eu não disse isso.
- Mas foi o que você quis dizer.
- Vamos decidir logo a merda do país? – Rana mudou o
assunto.
Nathalie ergueu os braços em rendimento.
A D
Após Harry ter adentrado a casa de Verginia, ele e Eve
entraram numa conversa profunda, sem pretensão de término. Enquanto os dois trocavam
assuntos, Carly pensava.
Ela acabara por discutir mentalmente que deveria lavar
suas roupas sujas, mas não sabia lavá-las. Pensou em pedir ajuda, mas naquela
casa só havia três adultos que poderiam ajudá-la e os três estavam ocupados.
Sem que Eve ao menos a percebesse, a pequena pulou
para fora do sofá e correu pela casa, entrando num corredor vazio. Além de
algumas portas que havia no corredor, e numa delas Carly entrou. Lembrava-se
daquele lugar pois vira a mãe de Verginia ir lá num desses dias que esteve por
ali. A lavanderia. O espaço era grande, do tamanho de um quarto ou até maior.
Com lavadoras, secadoras e tudo que uma lavanderia precisa pelos cantos do
cômodo.
Carly correu saltitante até uma das lavadoras e pulou
para tentar enxergar o topo, sem sucesso. Ela avistou um banquinho de madeira
num canto e correu até ele, pegando e posicionando-o na frente da lavadora.
Carly subiu no banquinho e conseguiu alcançar o topo minimamente, apoiando seu
corpo em cima da lavadora e passando os dedos pelos botões, tentando
entendê-los.
Ela desce do banco – após de cima da lavadora – e
corre até uma cesta de roupas redonda e larga roxa, a qual era preenchida por
roupas dela e de Eve. Um pouco desastrada Carly pega nos lados da cesta e
caminha com ela apoiada em seu colo até a lavadora. Ao alcançar a mesma,
consegue apoiar a cesta em cima dela e subir no banquinho.
Após jogar todas as roupas dentro da lavadora, Carly
avista um pote de vidro com um conteúdo em pó branco dentro e pega ele, que
estava exatamente na altura que sua mão alcançava se ela esticasse bastante o
braço. Já com o pote de sabão em mãos, ela despeja metade do conteúdo por cima
das roupas dentro da lavadora, mas acidentalmente o pote escorrega de sua mão e
cai, fazendo o resto do sabão despejar sobre as roupas. Carly murmurou opa e pendeu sob a lavadora, adentrando
a mesma e pegando o pote de vidro, agora vazio. Mas ela não se importou. Apenas
deu de ombros, pôs a tampa de volta no pote e esse em seu lugar de antes.
Com o trabalho de fechar a tampa da lavadora, apertar uns
botões quaisquer e ver que a lavadora ligou sem nenhum problema à vista, Carly
desceu do banquinho e arrastou-o até um canto no cômodo. Ela posicionou o banco
no lugar certo e sentou nele, encarando a lavadora pacientemente, já que a
mesma estava de frente para ela.
A D
- Desculpa, estou roubando o seu tempo – Eve lamentou,
risonha, ao perceber que prendera Harry na sala de estar com ela, conversando. Porém
Harry mantinha um sorriso fechado e simpático no rosto, deixando à mostra suas
covinhas.
- Não tem problema – disse.
- O que mesmo você veio fazer aqui? – Eve perguntou,
curiosa.
- Preciso falar com Verginia.
- Oh... – Eve ficara séria. – Sério? Sobre o quê? –
Subitamente ela arregala os olhos e escancara a boca, arrependida. – Ah desculpa!
É que minha curiosidade às vezes sai dos limites. Mas só às vezes. Você não
precisa me dizer nada.
- Tudo bem. – Harry sorriu confortante.
- Bem, eu preciso ir à Borough High tratar de uns
negócios por lá. Mas eu já volto. Verginia está... No andar de cima.
- Tchau – Harry despediu-se antes de levantar do sofá
junto a Eve e depositar um beijo na bochecha dela, espantando-a pelo ato.
Harry voltou a sentar no sofá, assistindo Eve sair
pela porta com um pequeno sorriso estampado no rosto, e enquanto pensava em
como abrir uma conversa civilizada com Verginia, sem que houvesse algum sinal
de briga antes do final chegar e acabar em... Briga e desentendimento.
Após um longo e forte suspiro, ele ouviu um grito
agudo vir do mesmo andar e rapidamente encarou uma porta, de onde parecia vir
aquele grito. Só após o grito percebeu que detrás daquela porta também vinha um
som estranho, o qual não conseguiu descrever do que exatamente vinha.
Ele decidiu verificar o que acontecia por lá, então se
levantou. Quando abriu a porta, deu de cara com um corredor com algumas portas
fechadas aos arredores, mas uma em especial chamou a sua atenção. Na fresta de
baixo da porta parecia sair espuma com um pouco de água; e mais um grito foi
ouvido, dando a Harry a certeza de que deveria verificar o que acontecia detrás
daquela porta. Ele não hesitou em segurar na maçaneta e girá-la, finalmente
abrindo a porta e encarando o cômodo.
Um cômodo que mais parecia uma piscina cheia de
espuma.
Todo o chão estava coberto por espuma e pouca água,
que alcançavam um pouco a cima da canela de Harry, quem encarava toda a
situação literalmente de olhos arregalados.
- Carly? – ele chamou.
- O que está acontecendo aqui? – Verginia surgiu ao
lado de Harry, exasperada. – Ouvi um grito. Parecia da Carly.
- Tenho certeza de que ela está no meio dessa bagunça.
- Mas que... ? Ah Senhor! – Verginia exclamou, interrompendo
a si mesma abruptamente ao encarar a lavanderia e seu estado. – Eu vou desligar
– ela avisou antes de se preparar para pisar no chão espumado.
- Não, espera! – Harry chamou, segurando-a pelo braço,
impedindo-a de pisar por toda aquela espuma. – Carly deve estar aí por baixo!
Você pode pisar nela!
- Harry, ela deve ter saído daqui. – Verginia revirou
os olhos e se preparou para adentrar a lavandeira novamente, mas dessa vez
Harry segurou em sua cintura, fazendo-a cair e mergulhar na espuma junto dele.
– Harry! – ela gritou antes da espuma cobrir todo seu corpo.
Os dois praticamente desapareceram debaixo daquilo
tudo, mas logo trataram de reaparecer, retirando a espuma do rosto e cabelo.
- Argh! Eu te mato! – Verginia vociferou.
- Será que dá pra você parar de querer me matar e
desligar a merda da máquina logo? – Harry se irritou.
- Você pode fazer isso também – ela protestou. – Tem
mãos.
- Ah, é assim? – Harry bufou. – Parece que não vamos
conseguir mesmo ficar um minuto juntos sem brigar.
- Você é um idiota! Eu odeio você! Não tem como eu
ficar um minuto sem querer arrancar suas tripas.
- Não tem como você provar que me odeia.
- Olha, eu não quero discutir sobre isso – Verginia
disse, tentando levantar do chão, já que estavam ainda com a cintura e as
pernas enterradas na espuma, mas não obteve sucesso, muito menos quando Harry a
puxou pelo braço, quando ela estava prestes a apoiar-se por suas pernas, e caiu
sentada nas pernas dele, com as suas a cada lado dele.
- Escuta, eu não quero mais brigar, OK? – ele
murmurou, encostando sua testa na dela e a encarando profundamente nos olhos.
- Me larga – ela pediu fracamente, balançando o braço
tentando soltar a mão dele.
- Não até você provar – Harry disse determinadamente.
– Quero que você me prove que me odeia.
- Precisa de mais provas do que saber que eu quero te
matar nesse momento? – Verginia retrucou.
Harry sorriu sacana.
- Eu não acredito em você.
Harry inclinou-s e mordeu o lóbulo da orelha de
Verginia, que se controlou mentalmente para não reagir àquilo. – Diz que me
odeia – ele pediu sussurrante.
- Eu te odeio – Verginia disse baixo no ouvido de
Harry, pousando sua mão na nuca dele e fechando os olhos.
- Prove isso.
- Eu quero te matar.
- Mente pra mim de novo.
- Te odeio – a voz de Verginia saiu esgoelada,
entregando que ela estava cansada daquele “truque” dele.
- Mais uma vez. Mente direito.
Verginia paralisou naquele momento e abriu os olhos.
Destemida a parar com aquele joguinho de conflito, ela rastejou sua mão da nuca
de Harry, passando pela clavícula e parando no peitoral; ela posicionou seus
lábios a frente dos dele, que tinha os olhos fechados.
- Mente – Harry repetiu sussurrante.
Verginia estava prestes a fazer; estava prestes a
quebrar a pequena regra que fez a si mesma de não cair nos encantos seja de
qualquer garoto, por enquanto. Em especial, do Harry. Estava prestes a
beijá-lo. E ele apenas esperava.
Mas, com apenas um encostar de lábios quase intocáveis,
ouviram uma voz de criança se pronunciar no meio de todo o silêncio. Rapidamente
afastaram os rostos, encarando a criança sentada num banco no canto do cômodo.
- Vocês são estranhos
– foi o que Carly dissera.
Como não haviam notado a presença da garotinha naquele
espaço que não era tão grande para ela passar despercebida?
Aquele era resultado da pura perdição que os dois
tinham um no outro.
- Carly! – Harry berrou, voltando à realidade, e ouviu
o riso da garota. – Que susto, sua peste! O que você fez por aqui?
- Desculpa. Eu queria
lavar as roupas sujas.
- Percebe-se – Verginia disse antes de sugar o ar
entre os dentes e pôr a mão na barriga, expressando uma cara de dor.
- O que foi? – Harry disse, puxando a blusa de
Verginia para cima, sem permissão.
- Não! – Verginia berrou, tarde demais.
- O-o que é isso? – ele balbuciou, encarando a barriga
dela. E as marcas.
Bem, pessoas lindas, eu espero que vocês tenham gostado.
Preciso de um momento para agradecer à vocês por não me abandonarem. MUUUIIITOOO OBRIGAAAADAAAAA!!
De verdade!
Preciso de um momento para agradecer à vocês por não me abandonarem. MUUUIIITOOO OBRIGAAAADAAAAA!!
De verdade!
Bem, eu acho que vou responder aos comentários de vocês de agora em diante, então... É isso, já respondi.
Por favor, eu peço à vocês que no final dos comentários botem os nomes de vocês, ou apenas apelido, tanto faz. Eu quero saber, OK?!
Eu estou querendo trocar o endereço do Blog, gente, pelo amor do Pai.
Eu acho que é preciso, então qualquer coisa, estou dando meu FACE à vocês. Podem me adicionar como amiga se quiserem, é só pra qualquer coisa que acontecer por aqui, alguma dúvida ou qualquer outra coisa. Aliás, adoraria conhecer outras Directioners........
Amo vocês!
Tadinha da Ray ;/ e eiitaa a Eve tbm gosta do harry, vishe..tretaa kkk Coontinuaaa, to loca pra saber o q vai acontecer ja q o Harry descobriu as marcas haha beeijs *-*
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